Psicanálise e psiquiatria: a estrutura e a negação na psicopatologia lacaniana
Palavras-chave:
DSM, neurose, psicose, psicopatologia, dialética.Resumo
Nos séculos XX e XXI, os DSMs produziram uma multiplicidade diagnóstica que resultou num aumento significativo das doenças. Ao privilegiar a dimensão quantitativa das patologias, esses manuais representaram uma demissão clínica da ciência médica, e, por conseguinte, da psicanálise, ao elidir a noção de causalidade. Contrariando parte majoritária do movimento psiquiátrico, a psicanálise parece ter insistido nas mesmas nosologias de outrora, conservando a diferença qualitativa entre as estruturas da neurose e da psicose. Assim, buscamos elucidar o que habilitou os DSMs a aumentar significativamente sua classificação, ignorando as advertências do saber médico e psicanalítico. Em seguida, verificamos que o conceito de sujeito se faz imprescindível para pensarmos a noção de estrutura e psicopatologia. Nos aproximamos da dialética hegeliana, abordando os modos de negação da falta, bem como os problemas enfrentados pela psicanálise para sustentar o diagnóstico estrutural. Se para Jacques Lacan a psicose e a neurose representam a perda da realidade, por outro lado, a neurose é privilegiada, sendo aproximada à noção de normalidade na medida em que toma o lugar de centralidade na psicopatologia lacaniana. Por fim, trata-se de retomar os modos de subjetivação do real na medida em que abordamos os juízos de atribuição e existência para Laca