O Retrato de Dorian Gray: uma possível análise junguiana a partir do arquétipo do Puer aeternus.
Palavras-chave:
Psicologia junguiana, Puer aeternus, Dorian Gray, Literatura, Oscar Wilde.Resumo
O objetivo deste artigo é contribuir para a compreensão da dinâmica psicológica de Dorian Gray, protagonista do romance O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, a partir da teoria junguiana. Dentro da trama da obra, tenciona-se depreender esse personagem com base no conceito do arquétipo do Puer aeternus — entendido como o adulto que quer ser uma eterna criança, permanecendo para sempre jovem e não querendo crescer. Essa perspectiva considera que o arquétipo do Puer e suas manifestações podem ser vistos não só na psicologia clínica contemporânea como também em diversas outras expressões arquetípicas, como a literatura. Na análise do drama desse personagem, perceber-se-á o caráter inescapável de seu fim trágico, considerando-o capturado por essa dinâmica psíquica do Puer aeternus ao tentar negar a passagem do tempo, o envelhecimento, o amadurecimento, os estabelecimentos de vínculos afetivos e suas relações com o mundo.
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