A DEGRADAÇÃO DO TRABALHO NA DISTOPIA DA CIDADE INTELIGENTE
Resumo
O presente ensaio discute o processo de trabalho em sua articulação lógica com a crescente mecanização, até o momento atual de avanço das forças produtivas e qual a espacialidade esse processo assume no contexto de revolução técno-científica e informacional. Toma-se como ponto de partida os cálculos que Marx desenvolveu nos Grundrisse acerca da lógica de renovação do maquinário em substituição ao trabalhador. O propósito é desvendar este processo até o momento presente de reprodução das relações sociais de produção, quando a automação assume um papel determinante no modo de produção cada vez mais globalizado, financeiro e tecnológico, caracterizando um “capitalismo de plataforma”. Ao longo dessa trajetória, pode-se notar significativas mudanças nas relações de trabalho dentro de um processo de flexibilização das leis trabalhistas, avanços tecnológicos e mundialização financeira, a partir das quais é nítida a precarização de um trabalho já degradado em termos de legislação, remuneração e salubridade. O intuito deste estudo é discutir esses processos mais recentes que acentuam a crise do trabalho assim como uma crise do próprio capital em seu movimento de reprodução crítico das relações sociais de produção. O enfoque é o da racionalidade tecno-lógica do processo colocada desde os primórdios da Revolução Industrial, uma “lei” imanente e prática do capital, apoiada no princípio lógico da eficiência, que vira um fim em si mesma, cega e omissa ao custo social. A ultra fragmentação do trabalho, do valor e da mais-valia refletem o movimento de abstração da economia, a sua formalização não no sentido jurídico, mas no sentido lógico, racional do processo, por meio das tecnologias da informatização e suas repercussões no social e no urbano. A partir disso, busca-se compreender como a produção do espaço é um componente importante da reprodução econômica e social, tomando como estudo de caso as chamadas “cidades inteligentes”, um projeto de gestão urbana para potencializar a acumulação do capital, difundindo o discurso de espaço tecnológico e eficiente, suas implicações práticas são mais controle social e novas formas de exclusão.
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