A noiva do Diabo: a psicanálise entre o cinema e a história

Autores

  • Patrícia Ferreira Alcântara Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI
  • Gabriel Silva Medeiros Centro Universitário FIPMoc.

Palavras-chave:

Noiva do Diabo, Psicanálise, Cinema, História.

Resumo

O presente toma por objeto o filme “A Noiva do Diabo”, de Saara Cantell, baseado nos julgamentos das bruxas de Aland na Finlândia, em 1666, sob uma perspectiva lacaniana em interface com a historiografia. Este trabalho visa a estabelecer pontos de interlocução entre obra cinematográfica, fatos históricos e o Zeitgeist medieval. A produção artística, para Freud e Lacan, sempre permitiu entrever o objeto de uma maneira distinta. A pesquisa foi do tipo qualitativa, via método exploratório e revisão bibliográfica de artigos, livros e textos em psicanálise e História. Inicialmente, foram tecidas considerações sobre a noção de heresia, que se opõe ao “para todos” enquanto proposição universal. Com a ótica analítica, foram avaliados certos procedimentos jurídicos da Igreja contra os ditos hereges. Além disso, revisitou-se fragmentos de documentos históricos, com o fim de trazer a lume estruturas misóginas próprias da subjetividade inquisitorial. Para tanto, recorreu-se às categorias significante-significado, à cinemato-grafia – no que ela joga com um real ao projetar em tela – e à dialética entre o criador e sua obra, tratada por Lacan quando aborda, no seminário da Ética, o catarismo. Posteriormente, considerando-se a tábua da sexuação, foi examinada a questão do gozo feminino, temática presente no filme e sinalizadora de uma alteridade veementemente rechaçada no curso dos tempos. Por fim, considerou-se algumas passagens do Malleus Maleficarum, concluindo-se que o real do gozo e da pulsão se fazem elementos trans-históricos, ao passo que a história, enquanto construção significante, se aproxima da verdade. O ódio às mulheres, constantemente reiterado no Livro O Martelo das Bruxas, reflete a defesa do tout homme contra a singularidade do sintoma.

 

 

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Biografia do Autor

Patrícia Ferreira Alcântara, Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

Psicóloga Psicanalista, especialista em psicanálise e saúde mental. Experiência com a clinica psicanalítica, e psicanalise aplicada ao social e jurídica.

Temas de interesse: Teoria psicanalítica, saúde mental, arte.

Gabriel Silva Medeiros, Centro Universitário FIPMoc.

Formou-se em psicologia pelo Centro Universitário FIPMoc. Atua como psicólogo clínico. Especializou-se em Saúde Mental pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Cursa Pós-Graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental de Alto Rendimento para Sessões Breves pela Faculdade Unyleya. Cursa Pós-Graduação em Neuropsicologia Clínica pelo Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (IBAC). Cursa Pós-Graduação em Logoterapia e Análise Existencial pela Associação de Logoterapia Viktor Emil Frankl (ALVEF). Faz formação em Terapia Cognitivo-Comportamental e em Terapia do Esquema pelo CEV Educacional. Interessa-se nos seguintes temas de pesquisa: neuropsicologia, neurociências, cognição, psicopatologia e saúde mental do adulto e do idoso

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Publicado

17-08-2022

Como Citar

Alcântara, P. F., & Medeiros, G. S. (2022). A noiva do Diabo: a psicanálise entre o cinema e a história. Analytica: Revista De Psicanálise, 11(20), 1–19. Recuperado de http://seer.ufsj.edu.br/analytica/article/view/4490