O humano e a linguagem: ressonâncias da Psicanálise na rede de Fernand Deligny com crianças e jovens ditos autistas
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v12i22.5190Resumo
O presente trabalho parte do interesse nas investigações de Fernand Deligny (1913-1996) em torno das noções de humano e de linguagem, elaboradas durante sua vivência com crianças e jovens ditos autistas na rede em Cévennes (1968-1996), no sul da França. Nosso artigo tem como objetivo explorar as ressonâncias da Psicanálise na sua escrita em torno do que chamava de modos de ser fora da linguagem – que se liga às suas concepções acerca do inato, do simbólico e do real e também à sua experiência de viver com pessoas chamadas autistas –, assim como em sua influência na criação desse lugar de acolhida. Para tal, buscamos identificar na trajetória de Deligny os momentos em que entra em contato com as ideias psicanalíticas e a maneira como se posiciona diante dessas, para então destacar os ecos que esses encontros vão deixar nos seus escritos, apoiados pelo diálogo permanente com diversos psicanalistas sobre sua prática na rede. Examinamos alguns de seus textos em que a Psicanálise comparece, datados do período de 1976-1982, com o auxílio da consulta de suas correspondências, assim como de pesquisadores sobre a obra do nosso autor, para situar seu pensamento e sua relação com o campo psicanalítico.
Palavras-chave: Fernand Deligny. Psicanálise. Autismo. Humano. Linguagem.