Interseções entre a psicanálise e esquizoanálise: o que pode o brincar na clínica com crianças?
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v13i26.5705Resumo
Este artigo realiza um comparativo crítico entre a psicanálise e a esquizoanálise no que se refere ao brincar das crianças, bem como ao seu lugar no manejo e na escuta clínica. O artigo foi desenvolvido por meio de uma revisão narrativa de literatura, em que se utilizaram como base textos clássicos de ambas as vertentes bem como a literatura contemporânea que aborda sobre o brincar na clínica com crianças. O brincar, em ambas as vertentes analisadas, emerge como uma produção de realidades múltiplas. Esse agenciamento comum, essa interseção, permitiu-nos compreender a brincadeira enquanto dois processos que se complementam: o brincar como um processo de criação e de esquecimento. Enquanto processo criativo, o brincar ocorre em uma temporalidade própria, em que o tempo do inconsciente (lógico) e o tempo de criação (Aión) convergem. O brincar é, portanto, um espaço-tempo privilegiado para a manifestação do inconsciente, em que a criança pode explorar, experimentar e, sobretudo, (re)criar. Nesse processo criativo, a criança elabora suas experiências, ressignificando-as e criando novos territórios psíquicos que não estão previamente determinados pelos adultos.