Uma saúde ainda por ser inventada: das diretrizes e condições da cura analítica hoje
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v11i21.4771Keywords:
saúde em Freud, cura analítica, fim de análise, normalidadeAbstract
Trata-se de problematizar a cura analítica como dispositivo de saúde. Defendo que, ao se escusar de uma crítica a conceitos como normalidade, cura e saúde, a prática psicanalítica pode vir a comprometer-se com valores sociais violentos. Em um primeiro momento, retorno à máxima freudiana para apresentar como certa compreensão de “amor e trabalho” media nossas expectativas de saúde e normalidade, ao estabelecer figuras normativas para os destinos da pulsão. Seguem-se duas seções dedicadas a analisá-las em separado, nas quais exponho respectivamente as figuras do enamoramento burguês e do mundo neoliberal do trabalho. Sem abrir mão de uma apropriação crítica das noções de saúde e cura, amparada pelos conceitos lacanianos de ato analítico e sinthome, concluo oferecendo uma releitura do fim de análise para uma clínica comprometida com a emancipação social.