Dos textos pré-psicanalíticos até O homem dos ratos: continuidade e transformação da concepção de neurose obsessiva
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v13i24.5003Resumo
Este artigo pretende demonstrar que, mesmo com as alterações nos fundamentos da teoria freudiana, muito daquilo formulado sobre a neurose obsessiva nos textos pré-psicanalíticos permaneceu, mesmo que em certa medida alterado, integrante da definição de neurose obsessiva na primeira tópica. Para isso, examina-se como essa afecção foi definida nos primeiros textos pré-psicanalíticos, quando era considerada uma neuropsicose de defesa e sua etiologia era localizada na experiência de sedução. Nesse percurso, percebe-se que a clínica das obsessões desempenhou importante papel no abandono da teoria da sedução e fundação da primeira tópica ao fornecer os indícios da existência e potência dos desejos edípicos no psiquismo. A partir de uma análise do caso O homem dos ratos são identificadas diversas noções que foram antecipadas nos textos pré-psicanalíticos sobre as obsessões. Dentre elas destaca-se o mecanismo de deslocamento; a concepção de sintoma como retorno do recalcado e formação de compromisso; os sintomas obsessivos como autorrecriminações transformadas relacionadas à sexualidade.