A magia empalidecida e a fal(h)a que insiste: tramas da linguagem e restos do Real na psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v14i28.5478Resumo
O presente trabalho, oriundo de uma pesquisa teórica em psicanálise, pretende interrogar o poder da fala, dando destaque a alguns conceitos que se articulam no campo da linguagem. O lugar privilegiado da fala, em psicanálise, tem seu início com Sigmund Freud, na clínica com as histéricas, que, sustentado pela transferência, privilegiava escutá-las, dando início ao método da cura pela associação livre. Adiante, este estudo resgata a dimensão simbólica da palavra, com base no método de análise estrutural linguístico e no conceito de eficácia simbólica de Claude Lévi-Strauss. Para tal elaboração, situa-se o fundamento do retorno a Freud instituído por Jacques Lacan. Desse desdobramento teórico, este artigo estabelece que a linguagem, ao proferir algo do não sentido, manifesta em si o registro do Real e denuncia uma parte da verdade do sujeito que escapa à ordem simbólica. Portanto, o poder da fala estaria entre a magia empalidecida da linguagem e a fal(h)a que insiste e nos leva ao estatuto do Real.