Na corda bamba do Eu: um recorte do fenômeno bolsonarista sob a égide do movimento de massas
DOI:
https://doi.org/10.69751/arp.v13i25.5669Resumo
O presente artigo propõe um recorte bibliográfico acerca de passagens sócio-históricas com repercussões relativas a movimentos de massa autoritários, vislumbrados por Freud em “Psicologia das Massas e Análise do Eu” e Adorno e Horkheimer em “Dialética do Esclarecimento”, capítulo “Elementos do Antissemitismo: limites do esclarecimento”, elemento VI, bem como suas possíveis aproximações com a política de governo de Jair Bolsonaro entre 2018 e 2022. Essa proposta se faz realizável a partir de tensionamento dos discursos e práticas do governo vigente entre 2018 e 2022 e de seus apoiadores, considerando a possível relação entre tais discursos com a promoção da negação da ciência, a disseminação de ideias conspiratórias e a retórica de inimigos internos e externos. Para tanto, fez-se necessário examinar, por meio de referenciais teóricos específicos, como a administração tecnológica pôde influir no processo de formação racional do sujeito por meio da possível relação entre os aspectos midiáticos e o potencial alienante do conceito de “pós-verdade” no contexto da sociedade brasileira atual. A pesquisa realizada não visa encerrar o entendimento sobre o fenômeno bolsonarista, mas despontar algum incômodo àquele/a que o lê, no sentido de motivar indagações, proposições, questionamentos e uma maior investigação do fenômeno.