Totalitarismo: um novo regime (a)político?
Resumo
Resumo: O propósito do presente trabalho é efetuar uma análise comparativa entre o totalitarismo e o despotismo com destaque na diferenciação entre a natureza e o princípio de cada regime. A realização desse estudo terá como marco teórico as obras O Espírito das Leis e Cartas Persas de Montesquieu no tocante ao despotismo e Origens do Totalitarismo de Arendt em relação ao governo totalitário. Um ponto de semelhança entre esses regimes refere-se ao fato de eles extinguirem a política, ambos aniquilam a esfera pública, único local em que a política pode existir. Outro ponto de semelhança entre esses regimes é que eles são autodestrutivos. A causa responsável por seus extermínios é interna a eles. Além disso, percebe-se que o “medo” está presente nesses dois regimes, apesar de no despotismo esse sentimento ser a paixão que guia os indivíduos, e, no totalitarismo, o medo é um instrumento que acompanha o terror. Uma distinção entre o despotismo e o totalitarismo é que o primeiro tem como essência o mando arbitrário de um governante, enquanto que o segundo tem como essência o terror legitimado pelas leis da História ou da Natureza. Além disso, o despotismo é guiado pelo medo, já o totalitarismo é guiado pela ideologia. Outra diferença consiste no fato de o déspota combater os seus inimigos. Por outro lado, no totalitarismo, há a presença do estado policial que visa combater qualquer forma de poder. Por fim, os indivíduos do regime despótico são isolados, não há política nesse regime, mas ainda lhes restam algum resquício de liberdade em suas vidas privadas. Já, no regime totalitário, os indivíduos são coagidos a viver na solidão.
Palavras-chave: Despotismo; Totalitarismo; Arendt; Montesquieu.