Ética e Ontologia em Emmanuel Lévinas
Resumo
Resumo: O artigo mostra o caminho Lévinasiano de saída do ser e da Ontologia, propondo a Ética como filosofia primeira. Apoiando-se na transcendência do diálogo subjetivo tal como Platão a entende, Lévinas pensa a filosofia como tensão entre o pensamento do ser e a questão do Outro. Dada a tendência da Ontologia a reduzir o Outro aos limites do Mesmo, Lévinas propõe a Ética, em seu esforço de superar a Ontologia. A transcendência então se apresenta como ética e a subjetividade como sujeição a outrem. A fenomenologia do olhar também é substituída pela do escutar já que o olhar é ainda procura de adequação enquanto o objeto da audição permanece intacto. A palavra transcende a visão. O Infinito, não podendo ser a ideia inata de Descartes, é ruptura com a totalidade, desejo do absolutamente outro e a transcendência se mostra então a partir das ideias de desejo, bondade e inadequação. A Metafísica, para Lévinas, é justamente essa relação do Mesmo com o Outro que se processa como discurso, sem formar totalidade, resistindo à sintetização operada pelo entendimento. Ela transgride a fenomenalidade, o mundo e sua luz. Mostraremos assim como nosso filósofo vê a Ontologia e como ele faz a Ética precedê-la.
Palavras-chave: Ética; Ontologia; Alteridade.