O desejo: giro ético no conceito de liberdade em Lévinas
Resumo
Resumo: O pensamento ético de Lévinas inicia por uma crítica à subjetividade transcendental própria aos pensamentos de Husserl e Heidegger. Sua ética baseia-se na primazia da experiência do Outro que permanece inacessível ao próprio pensamento em seu anseio de tudo possuir. A alteridade radical do outro escapa e está além da vontade de poder da totalidade da ontologia que perfaz todo o pensamento ocidental. É fundamental nesta abordagem da alteridade, a experiência do rosto como a expressão da exterioridade do Outro que interpela o homem a estar com ele por meio da responsabilidade e da bondade “des-inter-essada”. No bojo da experiência do rosto, que se manifesta sempre nu e desarmado em sua indigência, é que se encontra o pivô da ética como filosofia primeira, anterior a qualquer tipo de reflexão epistemológica e à própria ontologia. Há uma reviravolta do conceito de liberdade em seu pensamento. A liberdade é considerada a partir dos conceitos de responsabilidade e de heteronomia, que indicam a anterioridade da alteridade em relação à consciência transcendental ou autônoma.
Palavras-chave: Lévinas; Ética; Alteridade.