Multiplicidade feminina e transgressão do um em Luce Irigaray: uma análise psicanalítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69751/arp.v13i25.5673

Resumo

A obra de Luce Irigaray é um marco importante na intersecção entre Psicanálise e estudos de gênero, desafiando as concepções tradicionais sobre sexualidade feminina e identidade de gênero. Este artigo tem como objetivo analisar, por meio de uma leitura psicanalítica, a crítica irigarayana ao patriarcado e à lógica fálica como predominantes na Psicanálise e no discurso social. Irigaray propõe uma nova linguagem que reconheça a especificidade e a multiplicidade da experiência feminina. A metodologia escolhida para este estudo foi a revisão bibliográfica, baseada principalmente nos textos de Irigaray, além de obras de Freud e Lacan sobre a teoria psicanalítica do feminino. A análise focalizou-se em desconstruir as noções estabelecidas por essas teorias, particularmente explorando a obra Este sexo que não é um: sexualidade e status social da mulher, de Irigaray. Os principais resultados deste estudo indicam que Irigaray, por meio de sua crítica, expõe as limitações e os vieses da Psicanálise tradicional, que tendem a marginalizar ou distorcer a experiência feminina. Assim, a autora argumenta que a Psicanálise, ao adotar uma lógica fálica, ignora a diversidade e a complexidade da subjetividade feminina. Ela propõe uma reavaliação das bases teóricas da Psicanálise e dos estudos de gênero para desenvolver uma nova linguagem que valorize a especificidade da experiência feminina e que tenha implicações significativas para práticas clínicas e políticas de gênero. Nesse contexto, destaca-se a importância da contribuição de Irigaray, que não apenas desafia as teorias tradicionais, mas também tensiona a Psicanálise e os estudos de gênero, abrindo caminho para uma compreensão mais profunda e inclusiva da subjetividade feminina. A crítica de Irigaray ao patriarcado e à lógica fálica representa um convite para uma reavaliação contínua das teorias psicanalíticas, promovendo um discurso que reconheça e celebre a multiplicidade das experiências femininas.

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Biografia do Autor

Débora Maranhês de Araújo Vaz, Universidade Federal de São João del-Rei

Discente do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ (São João del-Rei, Minas Gerias, Brasil), Bolsista de iniciação científica pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o projeto “A fala e/ou o falo” – um estudo comparativo sobre o feminino nas teorias psicanalíticas de Freud, Lacan e Irigaray”. 

Wilson Camilo Chaves, Universidade Federal de São Carlos

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar-SP). Pesquisador e docente no Departamento de Psicologia e PPGPSI da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ (São João del-Rei, Minas Gerias, Brasil). Orientador do projeto “A fala e/ou o falo” – um estudo comparativo sobre o feminino nas teorias psicanalíticas de Freud, Lacan e Irigaray”. Membro do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Psicanálise (Nupep) do Departamento de Psicologia da UFSJ. 

Elizabeth Fátima Teodoro, Universidade do Estado de Minas Gerais

Psicóloga clínica pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Doutoranda e mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei - PPGPSI/UFSJ (São João del-Rei, Minas Gerias, Brasil), na linha de pesquisa “Fundamentos teóricos e filosóficos da Psicologia”. 

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Publicado

28-02-2025

Como Citar

Vaz, D. M. de A., Chaves, W. C., & Teodoro, E. F. (2025). Multiplicidade feminina e transgressão do um em Luce Irigaray: uma análise psicanalítica. Analytica: Revista De Psicanálise, 13(25). https://doi.org/10.69751/arp.v13i25.5673

Edição

Seção

JOVENS PESQUISADORES