O filósofo em tempos de crise: Husserl e o colapso da modernidade

Auteurs-es

  • Saulo Krieger

Résumé

Resumo: O presente artigo propõe um olhar ao projeto husserliano do ponto de vista, amplo, do filósofo e da filosofia, e, nesse âmbito e no caso particular de Husserl, da consciência como movimento de exteriorização. A persistência de Husserl em enunciar seu projeto de fundação da filosofia como ciência de rigor, sempre de algum modo revisitado em suas principais obras, pode sugerir a reedição de um projeto fundacionista moderno. Além disso, o esforço de fundar variados campos do saber na própria filosofia, e de fazê-los gravitar em torno dela, parece antiquado num mundo em que tudo se especializa, pretensamente se autonomiza e se decompõe. Olhos postos não na questão do sujeito, mas na da consciência, pretende-se fazer ver que Husserl e o projeto moderno
evidentemente se conjugam, mas de bem outra maneira. No presente artigo, Husserl é pensado como a personificar o filósofo de qualquer tempo, enquanto a modernidade é considerada um caso particular da filosofia em tempos de crise aguda. Sendo a crise ora caraterizada pela percepção de um descompasso entre o refletido e o vivido, para dar conta desse descompasso Husserl desbrava um novo território. Nele, a consciência não é mero refletido nem é interioridade, como em Descartes, mas um vivido refletido a todo tempo prestes a desatar-se do vivido.
Palavras-chave: Resíduo da epoché; Variações imaginativas; Circularidade aporética.

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Publié-e

2017-05-30

Comment citer

Krieger, S. (2017). O filósofo em tempos de crise: Husserl e o colapso da modernidade. Revista Estudos Filosóficos UFSJ, (16). Consulté à l’adresse http://seer.ufsj.edu.br/estudosfilosoficos/article/view/2022