A liberdade cética de Michel Foucault
Résumé
Resumo: Segundo autores como John Rajchman e Paul Veyne, Foucault pode ser definido como cético. Talvez um dos maiores de nosso tempo. Esta definição lhe é justa, uma vez que o filósofo francês abandona completamente o mito humanista de uma essência humana e escreve para combater dogmatismos e antropologismos. Meu intuito neste artigo é mostrar que o conceito de liberdade em Foucault se apoia muito mais neste ceticismo do que na ideia de que, por sermos sujeitos constituídos historicamente, nossa liberdade é restrita e limitada. Não se trata de negar a constituição histórica do sujeito, mas, partindo dela, mostrar como a liberdade, justamente por não ser um conceito abstrato inserido na “natureza humana” e sim uma possibilidade a ser construída, só encontra os limites que colocamos a ela. É verdade que Foucault tentou nos mostrar historicamente como nos deixamos levar por uma ampla variedade de práticas de sujeição, mas também é verdade que ele fez isso para nos alertar que as coisas não precisam ser desta maneira. Ainda, veremos aqui que a liberdade está diretamente relacionada com a ética e quais as implicações disto.
Palavras-chave: Liberdade; Ceticismo; Ética.